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Meados de janeiro de 2023. O ar estava frio e pesado, como se refletisse o caos que tomava conta de mim. Tudo o que eu conhecia – a minha casa, a minha família, o meu casamento, o meu trabalho – parecia desmoronar-se, peça por peça, sem que eu conseguisse impedir.

O meu pai já tinha vivido connosco durante dois anos. Durante a maior parte desse tempo, era quase independente, e a convivência, apesar de desafiante, era gerível. Mas tudo mudou quando ele começou a precisar de cuidados constantes. De repente, a nossa rotina familiar desmoronou-se. A convivência tornou-se caótica, desgastante, e a pressão de tentar equilibrar todas as responsabilidades tornou-se insuportável.

No meio desse turbilhão, o meu casamento começou a desvanecer-se. Eu sentia-me ausente, desconectada de tudo, e percebia que ele também se afastava. Havia um silêncio crescente entre nós, como um abismo que nenhum dos dois parecia capaz de atravessar. Até que, um dia, descobri que ele gostava de outra pessoa. Foi devastador. Não era apenas a dor de perder alguém que amava, mas também a sensação de falhar – de não ser suficiente.

Em 2022, quando o tribunal decidiu que eu não tinha capacidade para cuidar do meu pai, tentei continuar com a minha vida. Mas tudo mudou em janeiro de 2023, quando ele voltou do hospital. Não tive escolha. Abandonei tudo – a minha casa, a minha vida pessoal e profissional – e fui viver com ele. Naquela altura, parecia ser a única decisão possível.

Lembro-me da noite em que saí de casa. A madrugada estava gelada, e o silêncio parecia gritar. O som do fecho da mala ecoou no corredor vazio. Entrei no carro e, enquanto o motor roncava suavemente, o vazio instalava-se no meu peito. Cada quilómetro que percorria era como deixar para trás não só uma casa, mas uma parte de mim.

O Começo do Burnout

Os meses seguintes foram um turbilhão. Entre o cheiro constante de desinfetante e a rotina exaustiva de cuidar do meu pai, comecei a desaparecer. O trabalho, que sempre fora o meu refúgio, evaporou-se. Durante cinco meses, tive apenas uma cliente. A pressão acumulava-se, e o cansaço era insuportável. Havia dias em que o simples som do despertador parecia uma tortura, e levantar-me da cama era uma batalha perdida.

O diagnóstico de burnout e depressão não foi uma surpresa, mas ouvir aquelas palavras em voz alta foi como encarar o abismo onde me encontrava. Houve momentos em que pensei em desistir, em que o silêncio da noite parecia mais acolhedor do que a luta diária. Mas, no meio da escuridão, havia uma pequena chama dentro de mim, teimosa, que sussurrava: “Isto não é o fim.”

Em maio de 2023, tomei a decisão mais difícil da minha vida: entregar o meu pai ao estado.

Era uma escolha que carregava um peso imenso, mas já não tinha forças para continuar. Ele foi posteriormente transferido para um lar, onde passou os seus últimos meses. Apesar de saber que era o melhor para ele e para mim, a culpa e a dor eram avassaladoras. Sentia-me como se tivesse falhado novamente, como filha e como cuidadora.

No dia 30 de julho de 2024, o meu pai faleceu.

Foi um momento que trouxe uma mistura de emoções profundas. Por um lado, senti-me completamente vazia, como se o chão tivesse desaparecido debaixo dos meus pés. Mas, por outro lado, foi um alívio vê-lo partir para o mundo espiritual. A sua ida trouxe-me paz, pois sabia que ele finalmente estava livre do sofrimento. Estava aliviada. Apesar da dor da perda, havia também uma sensação de encerramento, como se aquele ciclo finalmente tivesse chegado ao fim.

Ainda assim, o luto foi implacável. Misturava-se com a exaustão e a culpa – culpa por sentir alívio, culpa por não ter conseguido fazer mais. E, no meio de tudo isso, percebi que precisava de me encontrar novamente, de reconstruir a minha vida e de dar um novo significado a tudo o que tinha vivido.

A Jornada de Reconstrução

Aos poucos, comecei a reconstruir-me. Procurei ajuda profissional e mergulhei na terapia. Comecei a dar pequenos passos, a encontrar formas de me reerguer. Foi um processo lento, doloroso, mas necessário.

No meio dessa jornada, percebi que precisava de mudar a forma como encarava a minha vida profissional. Redefini os meus processos e comecei a trabalhar de forma mais estratégica e consciente. Deixei de me prender às redes sociais e explorei novas formas de atrair clientes, como o blog, o YouTube, o podcast e a newsletter. Descobri que podia criar conteúdo de valor sem a pressão de estar constantemente presente.

Também mergulhei na espiritualidade e em práticas integrativas, como o Human Design. Descobrir que sou uma geradora manifestadora foi como encontrar uma peça que faltava no meu puzzle. Essa compreensão ajudou-me a integrar todas as minhas especialidades e a trabalhar com mais autenticidade e propósito.

Transformando Dor em Propósito

Hoje, olho para trás e vejo uma mulher que se recusou a desistir. Que enfrentou as suas sombras, que chorou, que caiu, mas que se levantou mais forte.

E talvez seja por isso que, hoje, consigo olhar para as mulheres que acompanho e reconhecer nelas partes de mim mesma. Reconheço aquela sensação de carregar o mundo às costas, de sentir que não somos suficientes, de nos perdermos no meio das nossas responsabilidades e de esquecermos quem realmente somos.

A minha jornada ensinou-me que a superação não é um destino, mas um caminho. Um caminho onde há espaço para a dor, para o medo, para as dúvidas – mas também para a coragem, para o crescimento e para a transformação.

Uma Mensagem Para Ti

É isso que levo comigo em tudo o que faço: a certeza de que, mesmo nas nossas maiores adversidades, existe sempre uma oportunidade de nos reerguermos e de criarmos uma vida que reflita quem realmente somos. E é essa mensagem que quero passar a todas as mulheres que cruzam o meu caminho.

Porque, no fundo, todas nós temos dentro de nós a força necessária para nos reerguermos, mesmo quando tudo parece perdido. Só precisamos de nos lembrar de quem somos, de nos conectarmos com a nossa essência e de acreditarmos que somos capazes de muito mais do que imaginamos.

E é por isso que estou aqui. Para te lembrar que, mesmo nos dias mais difíceis, existe sempre uma luz. Que a tua história importa. Que tu importas. E que, juntas, podemos transformar a dor em força, os desafios em crescimento e os sonhos em realidade.

No meio da dificuldade encontra-se a oportunidade.